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Obras de infraestrutura com baixa pegada de carbono

Adriana

*Julio Cezar Rietow e **Ana Caroline de Paula Patulski

A governança ambiental, social e corporativa (Environmental, Social, and Corporate Governance - ESG) tem demandado esforços constantes por parte de empresas que realizam obras de infraestrutura para se adequarem aos novos critérios de sustentabilidade estabelecidos pela sociedade. Essa mudança na forma de “fazer engenharia”, cada vez mais mandatória para empresas que querem continuar competitivas e atualizadas no mercado, é, sobretudo, uma quebra de paradigma para os profissionais desse segmento.

De acordo com dados da Organização das Nações Unidas (ONU) de 2019, o setor operacional e industrial de obras de infraestrutura foi responsável pela emissão de 13,8 bilhões de toneladas de dióxido de carbono (CO2) para a atmosfera. Esse valor representa cerca de 40% de todas as emissões de gases de efeito estufa (GEE) no planeta. Os principais responsáveis por essa elevada taxa de emissão são as indústrias de produção de cimento e a utilização de combustíveis fósseis.

Já sabendo da relevância do segmento de obras de infraestrutura dentro da conjectura das emissões de GEE, a ONU lançou em 2015 uma nova agenda de desenvolvimento sustentável composta por 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). O ODS nº 9, especificamente, trata das questões de Indústria, Inovação e Infraestrutura, tendo por objetivo construir infraestruturas resilientes, promover a industrialização inclusiva e sustentável, bem como fomentar a inovação.

Para que o setor de obras de infraestrutura possa atender aos objetivos traçados pela ONU é de suma importância a adoção, minimamente, de 3 etapas dentro das empresas. A primeira delas se refere à conscientização ambiental de seus funcionários, fornecedores, parceiros e clientes. Todos os “elos da corrente” devem estar devidamente encorajados e cientes da busca por soluções e produtos sustentáveis. A segunda etapa se remete à criação de metas ambientais que realmente possam ser realizadas dentro de um período estipulado. Desse modo, a criação dessas não é trivial e devem ser discutidas com a alta direção da empresa. Por fim, a terceira etapa está atrelada na realização de relatórios de sustentabilidade e inventários ambientais. Essas duas ferramentas irão possibilitar uma forma de medição do “grau sustentabilidade” da empresa, podendo apontar cenários de desenvolvimento e possíveis mudanças de rotas, caso necessário.

A consolidação dessas 3 etapas não é nada fácil e pode levar vários anos. Desse modo, um planejamento robusto e uma área técnica dedicada são essenciais. Enquanto esse período de “pleno amadurecimento ambiental” não chega, ações simples dentro de obras de infraestrutura podem ser adotadas para reduzir a pegada de carbono, como por exemplo: utilização de energias renováveis como placas fotovoltaicas, substituição da gasolina como combustível em veículos por etanol, destinação correta dos resíduos sólidos e efluentes líquidos gerados, mitigação e/ou compensação ambiental das emissões de GEE, entre outras ações.

Diante desse cenário, pautada na premissa “CRASEANA” pela busca de inovação e no pensamento “fora da caixa”, a CRASA INFRAESTRUTURA está em processo contínuo de aprendizagem e estudo para prospectar obras de infraestrutura com baixa pegada de carbono e voltadas para uma economia circular. Sabe-se, contudo, que existem barreiras a serem superadas. Isso, no entanto, serve de estímulo para que projetos inovadores sejam desenvolvidos com o objetivo de serem socialmente justos, economicamente viáveis e, sobretudo, ambientalmente corretos.

*Julio Cezar Rietow é formado em Engenharia Ambiental e Engenharia de Segurança do Trabalho, possui Especialização em Cadeia Produtiva do Biogás além de ser Mestre e Doutorando em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental. Hoje atua dentro do Núcleo de Inteligência de Mercado (NIM) na CRASA.

**Ana Caroline de Paula Patulski é formada em Engenharia Química, possui mestrado em Engenharia de Recursos Hídricos e Ambiental e atualmente cursa doutorado em Sustentabilidade Ambiental e Urbana. Hoje atua dentro do Núcleo de Inteligência de Mercado (NIM) na CRASA.


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